Nem todo homem gosta da instituição do casamento. Nem todo homem é adepto do 'crescei e multiplicai'.

domingo, 7 de outubro de 2018

Richard Francis Burton: meu padrão viril

Este cara é dos meus: sua biografia é um exemplo de homem interessante e libertário; eu gostaria que minha vida fosse tão aventureira quanto a dele.
Capitão Sir Richard Francis Burton (1821-1890) foi militar, escritor, tradutor, linguista, geógrafo, poeta, antropólogo, orientalista, erudito, espadachim, explorador, agente secreto, diplomata britânico... quer mais? Provavelmente seu casamento foi por conveniência, numa época profundamente puritana, com leis punitivas e rigorosas para homens libertários; para sorte dele teve uma esposa cúmplice e amiga impecável. Ele pouco parou na Grã Bretanha vitoriana, caiu no mundo, chegando a morar em Santos - São Paulo - Brasil conforme relatos em um de seus livros; sua alma exploradora o salvou da mediocridade de uma vida burguesa que lhe seria fatal. Para entender sua vida, deve-se deixar de lado o ‘politicamente correto’ atual e mergulhar nos costumes do Império Britânico do século XIX. Para leitura mais completa, onde compilei uns poucos trechos, acesse:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Francis_Burton

Richard Francis Burton

"Das explorações e aventuras como agente e estudioso na Ásia e África aos escândalos e controvérsias que permearam sua vida, Burton é sem dúvida uma das personalidades mais extraordinárias e fascinantes do século XIX. Falava 29 idiomas e vários dialetos, sendo perito na arte do disfarce, o que lhe possibilitou em seus anos de militar na Índia e em Sindh viver entre os povos do Oriente, os quais registrou em uma série de livros. Estudou os usos e costumes de povos asiáticos e africanos, sendo pioneiro em estudos etnológicos. Viajou a cidade sagrada de Meca, mortalmente proibida a não muçulmanos, disfarçado de afegão; e também a Harar, capital da Somália, de onde nenhum outro homem branco havia saído com vida. Junto com John Haning Speke explorou a região dos Grandes Lagos africanos e descobriu o lago Tanganica. Serviu como cônsul em Fernando Pó, atual Bioko, Damasco, Santos e Trieste. Percorreu, também, o rio São Francisco, passando longo período em Minas Gerais e na Bahia. Traduziu uma versão não censurada de As Mil e Uma Noites, acrescentando uma série de notas a respeito de pornografia, homossexualidade e sexualidade feminina. Sob o risco de ser preso, traduziu manuais eróticos, entre eles o Kama Sutra, e mandou imprimi-los. Sua postura liberal e interesses eruditos contribuíram para torná-lo uma figura polêmica e controversa na Inglaterra, pois despertou a fúria e o puritanismo vitoriano.”

“Burton ao longo de sua vida foi um aventureiro temerário, uma figura complexa e polêmica. Sobre sua existência pairava uma série de rumores e suas opiniões contribuiriam para torná-lo uma pessoa não muito bem vinda nos lares vitorianos. Em seus livros e traduções, notas e ensaios, comentou abertamente os mais variados hábitos sexuais dos povos que explorou, sendo preciso e minucioso: chegou a medir o pênis de um africano. Os inúmeros detalhes e temas e a maneira franca e ousada como os dissertava ofendiam a moral vitoriana e a classe media inglesa. Sua vida na Índia demonstra que participou ativamente de rituais sexuais e religiosos dos nativos, o que representou uma quebra e uma afastamento da moral cristã ocidental, rompendo com tabus sexuais, raciais e sociais de seu tempo.
Após relatar a ocorrência de oficiais britânicos que usavam dos serviços de jovens rapazes nos bordéis de Karachi, não faltaram rumores relacionando Burton e a homossexualidade, que pairou sobre sua vida desde então, especulada ainda mais por sua amizade com o poeta Algernon Swinburne e por andar frequentemente em companhia de jovens rapazes. Os biógrafos estão em desacordo sobre se Burton teve ou não relações homossexuais. Estas alegações tinham começado no Exército por ocasião de uma investigação secreta a pedido do almirante Charles Napier, efetuada dentro de uma casa fechada masculina frequentada por soldados britânicos. Alguns enxergaram na precisão de detalhes do relato de Burton uma indicação de que ele próprio frequentava o estabelecimento. Seus escritos posteriores sobre o tema da pederastia e o fato de que o casal Burton não tenha tido filhos alimentaram ainda mais as especulações. Burton possuía uma natureza explosiva e irascível, seu temperamento irônico despertou inimigos em diversos cantos do mundo.”

Francis Richard Burton