Nem todo homem gosta da instituição do casamento. Nem todo homem é adepto do 'crescei e multiplicai'.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Duplo Espírito ou Transgênero?



Foto 1: We'wha (1849-1896) com roupas tradicionais do povo Zuni. Era biologicamente masculino com espírito feminino. Muito inteligente, se tornou o embaixador Zuni em Washington DC e foi conhecido pela elite da capital como "o Zuni homem-mulher".

Foto 2: Squaw Jim (esquerda), macho biológico vestido de mulher com sua esposa (direita). Tinha status social e cerimonial em sua tribo Crow. Serviu como espião no Forte Keogh e ganhou reputação de bravura ao salvar a vida de um companheiro tribal na Batalha de Rosebud (1876).


Senso comum sobre Transgêneros (sexo masculino, gênero feminino) no Brasil atual:
- Violência, prostituição, pobreza e ignorância cultural;
- Empregos em salões de cabeleireiros (fofoca e futilidade a granel), shows em casas noturnas gays + participações em programas televisivos popularescos com as previsíveis e chatíssimas dublagens;
- Exibicionismos patéticos e ignorantes na mídia, frutos da miséria cultural dos quais muitos são oriundos;
- Estranhamente não são laicos. Clamam e invocam seitas e religiões puritanas que os reprimem há séculos;
- São desrespeitados ao máximo e tolerados apenas quando possuem certo destaque sócio cultural.

Mas nem sempre foi assim no continente americano. No hemisfério norte, europeus colonizadores encontraram entre os nativos alguns homens e mulheres que os perturbaram... eram conhecidos poeticamente como Dois Espíritos. Quando crianças, não foram reprimidos e eram livres para viverem seus gêneros quando adultos. Casavam-se e procriavam se quisessem. Alguns homens e mulheres eram valentes guerreiros ou pessoas comuns, líderes tribais ou religiosos. Homens vestiam-se de mulher e vice-versa, sem os dramas e preconceitos impostos cruelmente pelos colonizadores aos indígenas das 3 Américas.
Os últimos nativos de Duplo Espírito desapareceram formalmente no final do século XIX.