Nem todo homem gosta da instituição do casamento. Nem todo homem é adepto do 'crescei e multiplicai'.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Convocados para a Guerra


Outrora, todo homem fazia serviço militar obrigatório. Em tempos de guerra, homens eram convocados quisessem eles ou não... a deserção era severamente punida. Muitos de nossos antepassados lutaram em guerras, que nem sempre eram deles. Alguns sobreviveram, outros morreram no seu vigor juvenil. Muitos cidadãos fugiram da Europa, para nunca mais voltar, por causa da fome e das intermináveis guerras: imigraram para o Novo Mundo (América do Norte, Central, do Sul e Caribe)… caso de minha família (paterna e materna).
Atualmente, boa parte dos países ocidentais não tem mais serviço militar obrigatório. Seus exércitos / marinhas / aeronáuticas são compostos de cidadãos voluntários que passam por um duro treinamento profissional. Após isso, caso sejam aprovados, se tornam membros permanentes de suas Forças Armadas.
Muitos homens homossexuais nasceram para ser soldados combativos na defesa de seus países, pois gostam da vida entre homens na caserna. Teriam eles o DNA dos 300 do Sagrado Batalhão de Tebas, divididos em 150 pares de guerreiros amantes?
Mas nem tudo são como as antigas camaradagens íntimas entre soldados que lutaram nos Fronts das 1ª e 2ª Guerras Mundiais, relatadas oralmente e/ou documentadas por antigos soldados e mostradas em literaturas / filmes.
A realidade continua sendo bem outra: com exceções, soldados homossexuais são perseguidos por não casar e constituir família. Dificilmente sobem na hierarquia militar na maioria dos países. Ainda resiste a antiga fama de que homens homossexuais são: fofoqueiros, dissimulados, devassos, efeminados, sensíveis em demasia, fracos num caso de tortura... ou seja, não são homens confiáveis.
Numa cruel hipótese, não é nada fácil para um homem ser convocado para uma guerra, principalmente aqueles que nunca fizeram o serviço militar... atual maioria do mundo ocidental. Recomendo a todo homem, que faça um pequeno treinamento... nunca se sabe o que este estranho século 21 nos reserva. Pobre dessa nova geração que não sabe o que é uma briga de rua, coisa corriqueira entre meninos / rapazes do século 20, e mal sabe se defender da banal violência urbana. Homens torneiam seus músculos, em academias esportivas, com a única função de se olhar em espelhos e postar “selfies” fúteis em suas redes sociais: mal sabem que Festa já acabou faz tempo.
A propósito, eu não sou armamentista e nem pacifista. Apenas tenho os pés bem fincados no chão: a História nos mostra que a vida não é uma Festa, pelo contrário.
Guerra é uma coisa medonha, que acaba com gerações de pessoas e elimina famílias em definitivo. Destrói o meio ambiente, agricultura / pecuária, edificações, estradas (rodoviárias / ferroviárias), aeroportos, portos marítimos / fluviais, sítios históricos / arqueológicos… sem contar com a antiga cultura local que dificilmente renasce ou é extinta em definitivo.

Antiga camaradagem nas Forças Armadas Ocidentais

sábado, 3 de setembro de 2022

Virilidade Prática para os adeptos da Androphilia e das antigas Tradições / Alianças Viris

Zach Zdrale - Sledge Bearers, 2021

Os poucos adeptos brasileiros adultos, que conheço, da Androphilia (Jack Malebranche) e das antigas Tradições / Alianças Viris são diferentes da maciça maioria dos homens do Brasil.
São homens fortes e raramente se intimidam com pressões familiares / morais / religiosas / sociais / políticas.
Cultivam o Laicismo. Mas, caso sejam adeptos de alguma tradição espiritual, evitam fazer proselitismo religioso.
Vivem espartanamente, de forma discreta, sem gastos excessivos, sem a vulgar ostentação.
Sabem que é recomendável ter alguma independência econômica na maturidade. Porém, alguns vivem uma realidade socioeconômica incompatível com esta recomendação.
Cuidam de sua saúde e pensam no futuro, pois a juventude é efêmera. Mas sabem que o SUS (Sistema Único Saúde), que é público, não dá conta dignamente da saúde da população brasileira. E os convênios médicos particulares não custam baratos.

De forma simplista, vou elencar uma classificação (não definitiva) destes adeptos brasileiros:
- Os ermitões / lobos solitários. Natureza dos que não apreciam viver num núcleo social / familiar ou num relacionamento.
- Os sociáveis. Possuem um camarada confiável, um grupo de homens que comungam de seu modo de vida, uma família razoavelmente equilibrada (ou não).
- Os independentes. São economicamente bem de vida. Cuidam, ou não, de seus núcleos.
- Os provedores / arrimos de suas famílias. Sustentam e amparam seus núcleos; sabem bem o custo extorsivo da 3ª Idade com remédios / cuidadores / médicos. Muitas vezes, para cuidar de seus idosos, deixam de se desenvolver profissionalmente e viver sua vida privada.
Esta é a nossa realidade nua e crua!

Fazia muito tempo que Jack Donovan não falava abertamente sobre os homens homossexuais, que são uma razoável parcela de seus leitores / seguidores. Acessem:
Masculinidade Objetiva - Jack Donovan.
Ou o que os gays (e outros) costumam errar sobre a masculinidade.

Nota: acompanho o caminho do autor Jack Donovan, desde que ele usava o codinome Jack Malebranche. Nesse período inicial, JM escreveu o clássico livro: ‘Androphilia, a Manifesto: rejecting the gay identity, reclaiming masculinity - Baltimore, Md: Scapegoat Publishing, 2006’. Nesta obra, ele faz uma crítica impecável e certeira ao mundo gay: suas fraquezas e futilidades.

luxsit.tumblr.com


domingo, 5 de junho de 2022

Parurese

Mictório Público - Avenue du Maine, Paris - foto Charles Marville - 1895

Parurese (Paruresis em latim) ou Síndrome da Bexiga Tímida é um transtorno de ansiedade / fobia social, não fisiológico: o homem não consegue urinar na presença de outros em mictórios públicos. Atualmente esse temor foi atenuado, pois agora os mictórios masculinos tem imensas separações individuais. O motivo disso foram as câmeras indiscretas de celulares (ou de segurança), cujas fotos de homens urinando são postadas ilegalmente na internet. Mesmo caso se aplica nos vestiários de academias, clubes, empresas… não há mais banhos coletivos.
Em 2013, ao acaso, entrei num blog (há anos abandonado) de um homem italiano chamado Ben. Nele me deparei com esta postagem que transcrevo a vocês.

Orinatoi e Paruresi - Mictórios e Parurese - 03 junho 2013

“Mictórios públicos quase desapareceram na Itália, mas continuam difundidos no exterior. Um pequeno esclarecimento: também são chamados pelo nome do imperador romano Vespasiano, que não o inventou; mas sim os ‘fullers’, aqueles que recolhiam a urina das latrinas para fazer amônia usada em limpeza a seco. Eles existem em todos os formatos: os mais velhos são paredes simples azulejadas com fluxos de água; urinar contra estas paredes é uma bela sensação de libertação. Uma evolução destes ‘pissoir’ prático e primitivo é de folhas elevadas e arqueadas, que chegam ao solo; o sistema é o mesmo: um bico, com alta vazão de água, transporta a urina para dentro das ranhuras no chão. Em muitos países do norte europeu, em lugar de azulejos de cerâmica, há uma placa de aço que atinge o solo e é dobrado a uma certa altura. Este tipo de mictório é encontrado, muitas vezes, em bares e tabernas, onde o teor de álcool dos clientes é particularmente elevado e ninguém se importa muito sobre onde vai o fluxo da urina. As versões mais sofisticadas são os pequenos mictórios de cerâmica equipados com sensores que liberam água apenas quando se aproxima o cliente. Desde tempos imemoriais, os mictórios são lugares onde os homens se encontram e fazem, se possível uma abordagem rápida. Na Alemanha, o mictório público deste tipo é chamado de ‘klappe’ e se localiza em lojas de departamentos, parques e estações. Na Itália, mictórios públicos quase desapareceram há décadas. Nos anos 1950 e 60, políticos e prefeitos ultracatólicos desmantelaram os já existentes, alegando razões de higiene. Durante décadas, os banhos públicos na Itália eram um alívio para turistas e visitantes; atualmente estes são obrigados a consumir algo em bares para usar o banheiro trancado. Com o advento dos grandes centros comerciais, a construção de novos banheiros públicos foi necessária. Apesar de razões práticas e econômicas, mesmo em cubículos visando a privacidade segura do macho latino, há a possibilidade de um possível encontro fortuito.
Se alguém olha para mim, eu não consigo urinar... você cria problemas quando urina em banheiros públicos na presença de outras pessoas? Você se preocupa com o que as outras pessoas podem pensar de você como você tenta urinar? Você se preocupa que seus problemas em não conseguir urinar em público pode expô-lo à humilhação, vergonha ou constrangimento? Se você respondeu sim a qualquer destas perguntas, você pode sofrer de uma fobia social, que é chamado parurese. Esta fobia é pouco conhecida, mas generalizada. Estima-se que 7% da população, pelo menos, sofra disto; o número pode ser mais elevado, especialmente entre a população homossexual. O parurético tem fobia de urinar em público, na frente ou ao lado de outras pessoas; consequentemente, um parurético é incapaz de usar mictórios públicos. Em outras palavras o parurético, embora não sofrendo de um distúrbio fisiológico na presença de outras pessoas, é incapaz de urinar ou demora mais tempo para urinar. Esta fobia parece crescer durante a puberdade, mas as causas são quase inteiramente desconhecidas. O nome foi cunhado em 1954 por G. W. Williams e Degenhardt E. T. Em 1976, Dennis Middlemist, da Oklahoma State University, realizou um estudo para compreender o mecanismo psicológico subjacente à parurese. Fez, como experimento, a ‘invasão de espaço pessoal’ colocando um pesquisador assistente num mictório próximo a um usuário. Como esperado, quando tinha mais de uma pessoa no mictório houve um atraso considerável no início da micção em 8 segundos; quando o ‘intruso’ se distanciou, o atraso foi de 6 segundos; 5 segundos foram suficientes para os homens sozinhos no banheiro. Já a duração da micção seguiu as mesmas tendências: a média foi de 17 segundos, quando o intruso estava próximo; 23 segundos quando ele estava distante do mictório; 25 segundos em solidão. É claro que um mictório público é um ambiente muito particular, onde é aceita uma certa violação de privacidade. Mas, neste contexto, é possível observar tentativas comportamentais para compensação da violação do espaço pessoal: partidas sutis, mudança da orientação do corpo, uso das mãos e braços como obstáculo interpessoal, redução do contato com os olhos, e assim por diante. Foi demonstrado que a tensão emocional aumenta a pressão e inibe o relaxamento do esfíncter externo da uretra. Este é o mecanismo fisiológico que impediria fisicamente o parurético, indivíduo particularmente susceptível à invasão do espaço pessoal, urinar na presença de uma pessoa real ou imaginária. Apesar da propagação, o nome não é conhecido até mesmo por aqueles que sofrem. E mesmo na literatura científica sobre o assunto, este termo está faltando. Em relação ao corpo do componente, a contração do esfíncter que dificulta a liberação da urina, tem uma causa fundamental psíquico: o medo ou stress. Quem também padeceu uma vez de parurese, vai ter uma memória desagradável; toda vez que entrar em um banheiro público novamente terá medo, com isto irá ficará bloqueado criando um ciclo vicioso. As causas podem ser muitas: complexo de inferioridade, estresse na escola, problemas com a família. A causa principal, no entanto (falta uma pesquisa séria entre a população homossexual) é um distúrbio no desenvolvimento da identidade masculina. Um exemplo mostra que Sigmund Freud quando fala do desafio de crianças que urinam antes dos outros, só para fazer xixi em cima delas. Esta seria uma forma primitiva de rivalidade masculina. O subconsciente faz com que o parurético contraia o bloco do músculo que fecha a uretra e isto conduz à dificuldade em urinar na presença de outras pessoas, ainda que a verdadeira causa encontra-se em outro lugar. Este mecanismo é denominado condicionamento. A ideia é que quando parurético bloqueado está em pé na frente de um mictório, homens ao vê-lo, poderão julgá-lo e caçoar dele. A maioria dos pacientes relata a suposição de que a sua virilidade é de alguma forma medida pela capacidade de urinar mais ou menos em um urinol. Alguém disse que o seu nível de modéstia é muito alto; ou você está com medo de ser provocado ou de não ser levado a sério. Tudo isso leva esses homens, não só em ter que fechar o banheiro para urinar, mas também a um isolamento social mais ou menos acentuada. Alguns dizem que não têm nenhum problema em ficar nu na frente de outros homens ou de tomar banho juntos. O medo de se desnudar na frente de outros homens, algo que todos nós já vimos nos vestiários, provavelmente, é uma fobia social diferente. Embora eu não possa afirmar com uma pesquisa científica, posso intuitivamente argumentar que os homossexuais podem ser afetados numa maior extensão por este problema. Praticamente um homossexual pode ver outros homens no banheiro como pessoas que não são para urinar, mas como potenciais parceiros sexuais. Ainda não existe um tratamento específico, mas efetivamente a psicoterapia cognitivo comportamental ajuda. Há também técnicas de relaxamento que ajudam a liberar a ansiedade que bloqueia o indivíduo em urinar. Mas, para uma forma mais grave de parurese, um psicoterapeuta poderá ajudar mais rapidamente.”

Composição: Fraterno Viril

Composição: Fraterno Viril


sexta-feira, 1 de abril de 2022

Censura e cultura do cancelamento na web

Arthur Kampf (1864-1950) - Surpreendidos pelo inimigo

Tenho este blog, usando a plataforma Google, desde 15 de abril de 2009. Um tempo considerável, e nunca tive problemas com ele. Meu público leitor (brasileiro e estrangeiro) é composto de homens educados / libertários / independentes, e sempre foi muito gentil nos contatos por e-mail… não tenho do que reclamar.
As culturas do cancelamento e da censura em redes sociais, pela internet, nunca me incomodaram muito. Mas admito que minhas postagens no Facebook foram censuradas há poucos anos: qualquer menção do link de meu blog ou links de postagens era censurada na mesma hora. Fui dedurado por alguém ou por algum grupo incomodados com minhas eventuais postagens… claramente não fazem parte dos meus leitores.
Por que será que eu incomodo alguém? Sou um homem discreto, cultivo o anonimato, não aprecio o exibicionismo na web, trabalho muito e pago meus impostos / contas em dia. Não dependo e nunca dependi do dinheiro público, não apoio nenhuma corrente ou partido político no Brasil, nunca apreciei a política partidária brasileira e seus conchavos. Sou assinante e leitor de jornais e revistas gráficas por tradição familiar, mas não aprecio o que ando lendo faz tempo. A cultura contemporânea do meu país e do mundo (arquitetura, literatura, artes visuais, música, teatro, cinema, televisão, rádio, etc) pouco chama minha atenção. Já viajei muito, mas ando muito preguiçoso de uns anos para cá. Procuro ver o que se passa nos grandes centros urbanos, mas fico em geral muito decepcionado. O século 21 nunca será como os séculos 19 ou 20, a não ser nos extraordinários experimentos / descobertas científicos e tecnológicos decorrentes dos cientistas do passado.
Enfim… graças à tola censura do Facebook (felizmente já terminada), atualmente só posto imagens (que enalteçam a masculinidade) em minhas redes sociais.


Valerie Ganz (1936-2015) - In the Showers

terça-feira, 1 de março de 2022

Tango Macho: originalmente dançado entre Homens


O tango foi criado no final do século 19 nos submundos de Montevideo-UY e de Buenos Aires-AR, ambas capitais banhadas pela foz do Rio da Prata, e era dançado exclusivamente entre Homens.
Porém, durante a 1ª metade do século 20, o tango foi sendo aceito gradativamente pelas elites uruguaya e argentina. Daí, graças ao moralismo de sempre, se descaracterizou totalmente e se transformou numa dança entre homens e mulheres.
O tango masculino é mais bonito, elegante, harmônico. Ninguém leva ninguém, ambos se levam.
Neste vídeo, os irmãos argentinos Enrique y Guillermo De Fazio mostram como era o tango original.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Preceitos Masculinos Vikings

https://www.ancient-origins.net/news-history-archaeology/viking-city-0010706


Sou um homem do Brasil, ex colônia portuguesa (fundada em 1500) na América do Sul. Após a independência de Portugal (1822), começou o regime monárquico (1822-1889) da mesma família real portuguesa, que posteriormente foi suplantado pelo republicano. Aqui a cultura portuguesa dominante se miscigenou à diversificada cultura indígena local e, posteriormente, com várias etnias africanas que aqui aportaram como escravos. Nos séculos 19 e 20, começou uma enorme onda de imigração: europeia (italiana, germânica, polonesa, ucraniana, russa, lituana, suíça, ibérica, etc), árabe (síria, libanesa), japonesa (maior colônia de japoneses fora do Japão), entre outras.

Felizes dos homens que possuem, em seus países, uma herança cultural atemporal não repressiva. Através site ‘Art of Manliness’, conheci os 80 provérbios da obra viking Hávamál (Provérbios do Alto), com mais de 1.000 anos, atribuída ao deus Odin. Desconfio que nenhum texto como este tenha sido escrito na católica romana Península Ibérica. Esta sabedoria nórdica é um guia de como os homens devem se comportar e viver dignamente. Basicamente aborda a ética e o comportamento masculino de como hospedar e ser hóspede, questões que para o viking era de honra e não meramente de etiqueta.
Dos 80 preceitos, escolhi e transcrevi 47 deles. Tenho muito o que aprender com esta sabedoria:

- Fogo e comida são necessários para os viajantes que chegam e cujos joelhos estão congelados.

- Para quem chega a uma refeição, é preciso: água, toalha, bom acolhimento, hospitalidade.

- A sagacidade é necessária para quem viaja para longe, pois em casa tudo é fácil.

- Ninguém deve se admirar do seu conhecimento, mas sim da sua conduta cautelosa. Quando um prudente e um taciturno chegam a uma casa, raramente o mal recai sobre o cauteloso.

- Um hóspede cauteloso se mantém silencioso e reflexivo, com os ouvidos ouve e com os olhos observa: assim todo homem prudente deve explorar o ambiente.

- Feliz daquele que, por mérito próprio, possui inteligência e é admirado enquanto vive; maus conselhos muitas vezes foram recebidos de outrem.

- Bom senso é o melhor fardo que um homem pode carregar. Em um lugar estranho, isto é considerado a melhor das riquezas.

- Pior coisa é beber demais. Quanto mais um homem bebe, menos controle ele tem de sua própria mente.

- Taciturno, prudente, ousados na guerra, devem ser os filhos de um Rei; alegre e liberal cada um deve ser até a hora de sua morte.

- Um homem covarde pensa que viverá se evitar a guerra. Mas a velhice não lhe dará paz, embora as lanças possam tê-lo poupado.

- Um tolo fica boquiaberto, murmura ou se cala, quando chega a uma determinada casa. Mas de repente, se ele bebe demais, sua mente será exibida.

- Só quem vagueia e é experimentado sabe: quem possui bom senso e por qual disposição cada homem é governado.

- Um homem com um cálice de hidromel beberá com moderação, falará com sensatez ou ficará em silêncio. Ninguém o advertirá, se ele for dormir cedo.

- O gado sabe a hora de voltar para casa, e então deixa de pastar. Mas um tolo nunca sabe a medida de seu estômago.

- Um homem prepotente zomba de tudo e de todos. Mas uma coisa ele não sabe, e deveria saber: que ele não está livre de falhas.

- O tolo passa a noite acordado, pensando em tudo. Então ele se cansa e quando amanhece, a lamentação recomeça.

- Um homem tolo pensa que todos os que sorriem para ele são seus amigos.

- Um homem tolo pensa que todos os que falam com ele são seus amigos. Mas, se for a um tribunal, ele descobrirá que poucos o defenderá.

- Um homem tolo pensa que sabe tudo se colocado em dificuldades inesperadas. Mas não saberá o que responder, se for posto à prova.

- Um homem tolo deverá ficar calado entre pessoas. A não ser que fale demais, ninguém desconfiará que ele nada sabe.

- Um homem que fala muitas palavras fúteis, que nunca se cala, que tem uma língua tagarela não controlada, provocará seu próprio dano.

- Para um mau amigo, o caminho é indireto apesar de próximo. Mas para um bom amigo, o caminho é reto apesar de distante.

- Um hóspede não deve ficar por muito tempo em casa alheia. A acolhida torna-se indesejável, se ele lá permanecer.

- É melhor ter uma casa própria, por menor que seja, pois nela vc será o mestre. Pode-se ter apenas duas cabras e uma cama de palha, melhor assim do que mendigar.

- É difícil saber quando, no caminho, um homem poderá precisar de uma arma para sua defesa.

- Para seu amigo um homem deve ser amigo. Presentes com presentes compensam, riso com riso os homens devem receber. Mentiras devem ser afastadas.

- O amigo de seu amigo será seu também. Mas de seu inimigo, você não será amigo.

- Se você tem um amigo em quem confia plenamente, e de quem não gostaria de se distanciar, você deverá: misturar sua mente com a dele, trocar presentes e muitas vezes ir vê-lo.

- Se você tem um conhecido de pouca confiança, para evitar discórdia, deverá falar-lhe: de forma justa, com astúcia e tendo muito cuidado.

- Quando eu era jovem, estava viajando sozinho e me perdi. Afortunado me senti, quando conheci outro homem. O homem é a alegria do homem.

- Os homens libertários e corajosos vivem melhor, raramente nutrem a tristeza. Mas um homem de mente fraca tudo teme; o mesquinho fica inquieto até com cordialidades de outro homem.

- Mais quente que o fogo, o amor entre falsos amigos arde por cinco dias. Mas ele se extingue no sexto dia, e aí a amizade acaba.

- Algo grande nem sempre deve ser dado, assim como um elogio sem sempre é sincero. Com poucas posses, eu já consegui um verdadeiro camarada.

- Alguns homens possuem a mente pouco sábia. Nem todos os homens são sábios da mesma forma: homens pela metade estão em toda parte.

- Moderadamente sábio cada homem deve ser, mas nunca excessivamente sábio: assim, suas vidas serão mais justas.

- Cada um deve ser moderadamente sábio, mas nunca excessivamente sábio. O coração de um homem excessivamente sábio raramente está feliz.

- Um homem deve acordar cedo, se quiser ter uma boa vida. Raramente um lobo preguiçoso obtém sua presa, ou um homem adormecido obtém sua vitória.

- Cedo deve levantar-se para cuidar do seu trabalho. Quem dorme tarde, retarda sua vida. A metade da riqueza depende da sua energia.

- De tábuas secas e telhas, se a lenha será suficiente, um homem conhece a quantidade tanto quanto a medida do tempo.

- Lavado e refeito deve um homem cavalgar ao seu destino. Embora suas roupas e sapatos não sejam de qualidade, não se envergonhe. Nem do seu cavalo, ainda que não tenha um bom.

- Todo homem sagaz usará seu poder com discrição. Ele sabe que entre homens corajosos, ninguém sozinho será o mais corajoso.

- Todo homem deverá ser circunspecto, reservado e cauteloso em confiar nos amigos. Das palavras que um homem diz a outro, ele poderá algumas vezes pagar uma penalidade... um preço alto.

- Cheguei muito cedo em vários lugares e muito tarde em outros. A cerveja não estava pronta ou já tinha acabado: o desgostoso raramente acerta o momento.

- O fogo é melhor presente para os homens. Assim como a visão do sol é para um homem saudável e livre de vícios.

- O gado morre, os parentes morrem, nós mesmos também morremos. Mas uma justa fama, daquele que a mereceu, nunca morre.

- Todos nós morremos. Mas uma coisa nunca morre: o julgamento de cada falecido.

- Num tolo, cresce o orgulho quando ele adquire riquezas ou o amor de alguém. Mas a sabedoria nunca cresce: ele se torna cada vez mais arrogante.


Fontes:




quinta-feira, 1 de julho de 2021

Lobo solitário ou alcateia

Costa Dvorezky - Red Wall

Uma raridade achar um homem adepto da Androphilia (Jack Malebranche) aqui no Brasil. Os que conheço são pouquíssimos, e alguns são bem esquivos... devem ter razão de sobra para isso, afinal não somos uma terra de plena liberdade no quesito moralidade. De uns anos para cá é mais fácil um homem brasileiro andróphilo se tornar um homem programado (casamento e procriação) ou um adepto do gayismo, do que seguir corajosamente seu real caminho.
Jack Donovan escreveu que, para nossa segurança, não devemos viver só (lobo solitário) e que devemos procurar nossa gang (alcateia). Isto deve ser fácil nos EUA com plenas liberdades democráticas, não aqui no Brasil.
Muito raro encontrar um homem brasileiro que escreva coisas sobre homens que fujam do estereótipo e dos padrões morais e sociais impostos. Desde 2019 leio um blog de um cara, morador de área rural, que corretamente se mantem no anonimato e escreve muito bem. Que fique bem claro: ele não é adepto da Androphilia, é heterossexual e muito bem resolvido. Seguem algumas frases, transcritas de seu blog, que servem para todo homem libertário.


- “A solidão voluntária é um poder que poucos homens suportam, não é para qualquer um.”

- “A verdade deles não é a sua verdade. O que pensam sobre você não define quem você é.”

- “Nunca é tarde demais, nem você é tão velho para se tornar algo melhor.”

- “O que não te desafia, não te torna num homem.”

- “Antes eu me perguntava se eles gostavam de mim, hoje me pergunto se eu é quem gosto deles.”

- Há algumas coisas que você só consegue aprender dentro da tempestade.

- “O silêncio fala muito e não comete erros.”

- “Nós não herdamos essa terra dos nossos ancestrais. Nós pegamos emprestado dos nossos filhos. Devemos devolvê-la inteira.”

- “E é na sela que eu vou perder meus pensamentos e achar a minha alma.”

- “Eu acordei. Eu tenho uma casa acolhedora. Eu tenho água corrente. Eu tenho comida para encher minha barriga. Eu tenho roupas pra vestir. A vida é boa, eu sou um abençoado. Eu sou grato.”

- “Eu parei de lutar contra meus demônios internos. Agora estamos do mesmo lado.”

- “Se todo mundo gosta de você, você tem um sério problema.”

- “Eu fiz muitas mudanças em minha vida, e não me arrependo de nenhuma delas. Se você não ouviu mais falar de mim, provavelmente você é uma dessas mudanças.”

- “Seja o exemplo que você gostaria de ter tido.”

“A realidade é a base pra todos os grandes mitos da humanidade.”

“De vez em quando, é necessário isolar-se entre montanhas profundas e vales ocultos para restaurar seu vínculo com a fonte da vida. Expire e deixe-se voar até os confins do universo; inspire e traga o cosmos de volta para dentro.”

- “O termo lobo solitário é muito mal entendido por aí, pois vivemos em vitrines onde todos estão tentando ser legais, ou tentando ser suficientes e aceitos. Não é atoa que programadores e psicólogos são profissões promissoras. Autenticidade está em falta e eu prefiro ser um maldito lobo solitário, do que uma ovelhinha tentando se encaixar em um rebanho.”

- "As palavras podem ferir, podem curar ou podem te acordar. Cabe a você entender cada palavra dita, e absorver da melhor forma. Fugir da realidade resultará sempre em algo pior, mesmo que demore. Encare a realidade como ela é, e verá um mundo de possibilidades se abrindo diante dos seus olhos.”

- “Mantenha sua pólvora seca e seu cantil cheio. Esteja preparado para os momentos ruins e saiba aproveitar os bons. Valorize quem te valoriza e honre quem esteve e está ao seu lado quando você mais precisou. Mantenha seu corpo e sua mente treinados, esteja sempre pronto para aprender, estude. Acostume-se a caminhar sozinho se necessário, porém valorize quem caminha com você. Cultive sua fé, seja forte, evite olhar para trás com apego, mas valorize cada experiência de sua história. Procure se divertir durante a guerra e saboreie suas batalhas, por mais difíceis que sejam, elas estarão entre os tesouros mais valiosos de suas lembranças.”

- “Meu nome não é somente meu, ele é herdado de meus ancestrais, devo devolvê-lo em glória. Minha honra não é somente minha, ela é emprestada dos meus descendentes, devo entregá-la intacta. Nosso sangue não é somente nosso, ele é um presente para gerações ainda não nascidas. Devemos carregá-lo com responsabilidade.”

- “A vida consiste em uma série de escolhas em cada passo que você dá. Você escolhe quem quer ser, a aparência que quer ter, como caminhar, o que comer, e o tipo de pessoa quer se tornar. Eu vivi minha vida baseadas em uma escolha determinante: Quem eu quero ser? Com essa pergunta em mente, me livrei de pudores limitantes, me livrei de âncoras e, principalmente, fui me livrando de pessoas com o passar dos anos. Aos poucos (e ainda de maneira não terminada) fui e vou me tornando o homem que busco ser. A criatura que busco ser. Não, na minha vida não há mais lugar pra qualquer coisa que não me faz andar pra frente. Não há mais passos pra trás, não há mais meio termo. Ou é, ou deixa de ser. É simples. E isso vale pra qualquer coisa, sejam sonhos, vontades, desejos, bens materiais, pessoas. E quando você se desprende das amarras que você mesmo coloca em sua vida. Aí, meu amigo, nem as leis da física podem te fazer ficar parado no chão.”

Jack Vettriano - The Weight, 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Não tentem nos classificar

Alexander Dudin - Soldier’s Bath

Classificar homens, como nós, é pura perda de tempo. Nossos adeptos possuem fortes opiniões e convicções pessoais diversas uns dos outros, mas todos se respeitam e são extremamente discretos.
Não somos procriadores (adeptos do crescei e multiplicai), mas homens que apreciam a companhia, a convivência, o respeito e o sexo entre homens.
Fazemos parte daquela tribo masculina que sobrevive desde a Antiguidade, a despeito das eternas regras morais castradoras que tentam nos impor e nos censurar. Não somos homens programados e domáveis, por isto muitos de nós se tornam lobos solitários por absoluta falta de opção. Temos orgulho de nossa masculinidade, e não concordamos em absoluto com a visão vitimista / enfraquecedora / efeminizante do movimento gay (ou gayismo) criado nos EUA.
Temos um livro guia que nos livrou das garras e da arapuca do gayismo. Esta reveladora obra de Jack Malebranche / Donovan nos tirou do limbo, reforçou nossa real identidade, foi responsável pela mudança de nossas atitudes e visões de vida:
Androphilia: A Manifesto. Rejecting the Gay Identity, Reclaiming Masculinity.
Jack Malebranche / Donovan.
Baltimore, Md: Scapegoat Publishing, 2006.

"Jack Malebranche é um homem que prefere a companhia e relações sexuais com outros homens, na medida em que compartilha um vínculo de longo prazo sexual e pessoal. No entanto, ele rejeita enfaticamente o rótulo de gay, porque na cultura atual o conceito de gay mistura-se aos conceitos de efeminização, abandono da masculinidade, irresponsabilidade, e de eterna falsa vítima.
"O movimento Gay nos diz que os homossexuais devem se unir para lutar contra o bullying nas escolas. Incentiva os jovens a sair do armário e entrar nos guetos dos grupos de apoio gay, onde eles poderão se tornar fluente em seus dogmas. O Movimento Gay insiste que os gays são vítimas de opressão heterossexual, e imagina que todo mundo está contra eles".
Malebranche prefere substituir a palavra androphilia por gay para descrever a si mesmo, pois é um defensor ardoroso dos aspectos positivos da virilidade e da cultura masculina.
‘Androphilia, a Manifesto’ não ataca ou critica aqueles homens (homossexuais ou heterossexuais), que querem imitar as qualidades do efeminado. O cerne da questão não é que os homens devam ser forçados a ser viril, mas sim que a maioria deles simplesmente são viris, e não devem ser pressionados pela cultura gay para desprezar ou rejeitar a sua masculinidade.
A sexualidade de um homem também não deve definir automaticamente: seus hobbies, sua política, seus interesses, quem pode ou não ser seus amigos.
Os leitores, independentemente do sexo ou de sua orientação sexual, podem concordar ou não com tudo que esta obra tem a dizer. Mas, Androphilia é inestimável pela sua mensagem de ser auto suficiente e fiel a si mesmo, pela sua discussão franca sobre se casamento gay (propondo parcerias domésticas, que são mais propensas a serem aceitas em oposição às medidas radicais). Livro altamente recomendado."

“A palavra gay nunca desvendou a homossexualidade. Gay é uma subcultura, uma ofensa, um conjunto de gestos, uma gíria, um olhar, uma postura, um desfile, uma bandeira do arco-íris, um gênero de filme, um gosto pela música, um penteado, um grupo de marketing, um adesivo, uma agenda política e ponto de vista filosófico. Gay é um personagem pré embalado, um estilo de vida superficial. Uma personalidade superficial, um estilo de vida. É uma identidade sexual que não tem quase nada a ver com sexualidade.
Androphilia é uma rejeição à sobrecarregada identidade gay. Um retorno a uma discussão sobre a homossexualidade nos termos do desejo: sexual cru, apolítico e a valorização da masculinidade sexualizada experimentada pelos homens. A sensibilidade gay é uma calúnia castradora, uma celebração ao juvenilismo, um estigma aplicado aos homens que se envolveram em atos homossexuais.
Gays e bichas radicais ao desafiar o ‘status quo’ e se apropriando do estigma de efeminação, estarão apenas em conformidade com as expectativas estabelecidas há muito tempo. Homens que amam homens foram paradoxalmente elencados como os inimigos da masculinidade e como escravos para o sonho de uma feminista, um ‘gênero neutro.’
Androphilia é um manifesto cheio de ideias verdadeiramente perigosas: a de que os homens podem ter sexo com homens, mantendo a sua masculinidade. Androphilia é para aqueles homens que realmente nunca compraram o que a comunidade gay estava vendendo. É um desafio deixar o mundo gay completamente para trás e voltar a participar do mundo dos homens, sem pedir desculpas. E o mais importante, como os homens."  Jack Donovan.

"Jack Malebranche utiliza o termo Androfilia para descrever a sua própria experiência sexual, em oposição a uma linha mais afeminada sobre o relacionamento homem/homem, sendo este termo criado pelo autor um sinônimo de ‘amor entre os homens’. Desta forma a livro teve críticas divididas e reações de opostos na comunidade gay e heterossexual. Para o autor o conceito gay deve ser rejeitado e a masculinidade deve ser aceite e encarada de igual modo - homem é homem, independentemente do seu parceiro sexual. Desta feita na sua obra é enfatizada a masculinidade, pelo que não é um livro de e para homossexuais, mas para machos, sendo referido que os homens que se sentem limitados pelo rótulo gay e pelo que ele acarreta devem procurar amizade com heterossexuais e explorar o seu modo de vida mais tradicional. A amizade entre homens é forte e desde terna idade e a androfilia não é mais do que acrescentar a componente sexual a esses laços - há quem o queira fazer ou não - tal como em outros casos há que respeitar a opção de cada um.
Na sua demanda contra o estereótipo o autor define androfilia como um ideal religioso, ou um idealismo, algo que é natural, separando claramente a questão homossexual da gay (efeminados que querem ser mulheres e comportam-se como tal). É também abordada a questão do casamento homossexual, sendo referido que as condições e ideais por detrás deste conceito não se enquadram nas relações entre homens.
No seu livro, Malebranche deu nome, estrutura e direção a um sentimento crescente entre os homossexuais e bissexuais homens, o homem deve comportar-se como tal e não é por gostar de outros homens que deixa de gostar de futebol... bem pelo contrário!
Uma visão diferente sobre a temática da homossexualidade, cunhada por alguém que tem também uma visão diferente do mundo."

Jack Donovan respondendo à uma pergunta de Brett McKay (The Art of Manliness):
"Eu acho que ter relacionamentos com outros homens é uma parte rica de nossas vidas que estamos perdendo. Homens se entendem de uma maneira, que homens e mulheres não conseguem. Por vários motivos, muitos caras que se tornam solitários acabam se relacionando com mulher. Ela passa a ser a pessoa mais importante de sua vida, seu melhor e único amigo. Assim, a masculinidade dele é definida por ela."


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Antiga união afetiva entre os piratas do Caribe: Matelotage

Pierre Loti (1850-1923) - Sailors

Peloponeso Laconia (peloponeso.laconia@gmail.com), um antigo e incansável colaborador nosso, foi quem deu a ideia desta postagem. Este intrigante assunto, muito censurado na história, estava na fila há muitos anos para ser analisado. Peloponeso, adepto das antigas alianças e tradições viris, forneceu as ferramentas corretas de pesquisa. 
Transcrevo pequeno texto, como aperitivo, desde assunto que tem rendido muitas pesquisas por parte de homens interessados no assunto.

Matelotage: o casamento do mesmo sexo entre os piratas.
“No século XVII os piratas formavam uma comunidade exclusivamente masculina; vivendo às margens da lei, longe das mulheres e famílias, sujeitos às intempéries, acidentes, doenças e morte violenta, eles desenvolveram suas próprias regras de sobrevivência. Uma das mais famosas foi o 'matelotage', uma união do mesmo sexo, que, particularmente na ilha de Tortuga, no Caribe, era bastante semelhante ao casamento. Na mesma época em que na Europa e suas colônias a homossexualidade era reprimida, hostilizada e estigmatizada sob o rótulo 'sodomia', na sociedade dos piratas (uma sociedade 'desviante' e 'fora da lei') a relação afetiva e sexual entre dois homens não causava escândalo e pareceu razoável. Como em uma cerimônia de casamento convencional, os homens envolvidos em matelotage trocavam alianças de ouro e juravam entre si que sua união seria eterna. A união era reconhecida pelos demais piratas e dava alguns direitos patrimoniais aos companheiros; em caso de morte de um deles o outro herdava seus bens (o que incluía o espólio de saques). Eles se comprometiam a dividir tudo, inclusive as propriedades. Sabe-se que esse rito de união não era forçado, e não raro era adotado por homens de mesma idade (diferentemente dos ritos da pederastia), e nem sempre implicava em coabitação sexual. John Swann e o Capitão Robert Culliford são exemplo de dois piratas que segundo os registros da época viveram juntos publicamente uma relação homoerótica; Swann era chamado de 'o consorte' (cônjuge ou companheiro) de Culliford. Eles se conheceram quando ficaram presos durante quatro anos em Mangalore, na Índia; após a fuga eles se refugiaram na ilha de Santa Maria, próxima de Madagascar, e foi lá que se uniram no rito de matelotage. Alguns matelotage eram monogâmicos, mas em outros os companheiros dividiam os amantes ou a esposa de um deles (a união dos piratas Louis Le Golif e Pulverin era deste tipo).” 
- Turley, Hans (1999). Rum, Sodomy, and the Lash: Piracy, Sexuality, and Masculine Identity.
- Transcrito da página do Facebook: 

Links diversos sobre Matelotage:

Matelotage

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Serafim de Sarov: monge taumaturgo precursor da ecologia


"Beba a água da nascente onde os cavalos bebem, o cavalo nunca beberá água ruim.
Coloque sua cama onde o gato dorme.
Coma a fruta que foi tocada por um verme.
Audaciosamente escolha o cogumelo em que os insetos pousam.
Plante a árvore onde a toupeira cava.
Construa sua casa onde a cobra se aquieta para aquecer.
Cave sua fonte onde os pássaros se escondem do calor.
Vá dormir e acorde ao mesmo tempo com os pássaros, você colherá grãos todos os dias.
Coma mais verde. Você terá pernas fortes e um coração resistente, como os seres da floresta.
Nade com frequência e você se sentirá na terra como um peixe na água.
Olhe para o céu o mais frequentemente possível e seus pensamentos se tornarão leves e claros.
Fique quieto, fale pouco. O silêncio virá em seu coração e seu espírito estará calmo e cheio de paz."
Serafim de Sarov.

Serafim, cujo nome era Prokhor Issidórovitch Mashnin, nasceu em Kursk-1759 e morreu em Sarov-1833 no Império Russo.
Foi um monge cristão e taumaturgo muito respeitado e venerado na Rússia. Em 1903 foi canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa como São Serafim de Sarov. Suas relíquias estão conservadas no Convento Diveiévski - Sarov, Níjni Novgorod, Rússia.
Apesar de ser santo apenas na igreja russa, ele também é respeitado nas igrejas: ortodoxas, católicas orientais e romana (Vaticano).

                                                           Serafim de Sarov 1759-1833

sábado, 3 de outubro de 2020

Mais lenha na fogueira: A More Complete Beast - Becoming a Barbarian - A Sky Without Eagles


Jack Donovan já transcendeu muita coisa em sua vida. Foram etapas bem vividas e superadas; seu livro “Androphilia: A Manifesto. Rejecting the Gay Identity, Reclaiming Masculinity” é um exemplo disso. Ele tem mente aberta e pés bem fincados no século 21, bom preparo intelectual sem traços de exibicionismo e pedantismo acadêmicos. Possui um fino humor requintado, agradavelmente debochado e não irônico, tudo na medida certa: é um cara para poucos e raros. 
Seguem algumas frases pinçadas de 3 livros do autor, infelizmente não editados em português. Mais lenha na fogueira, meus senhores: artilharia pesada, não sobra para ninguém e nem para mim (fui atingido)!

Jack Donovan - A More Complete Beast, 2018:
- Existem homens que gastam seu tempo treinando seus músculos, como metáfora de sua masculinidade. Como acreditar que eles sejam capazes de intervir num cenário extremo, ou de serem heróis? Isto, em grande parte, é uma fantasia vendida a eles pelas indústrias de entretenimento. Homens que trabalham enfurnados num escritório, o tempo todo defronte a uma tela de computador, grudados num ‘smartphone’; aqueles que gastam seu tempo livre assistindo televisão ou jogando ‘vídeogames’; estes jamais lutarão contra homens que tenham experiências com violência. Eles não salvarão o mundo, suas namoradas e nem eles próprios.
- Atualmente a masculinidade não é mais necessária, ela é um martelo buscando um prego numa casa já construída. Mas a arte também não é mais necessária, assim como a música. Ninguém precisa de arte ou música para sobreviver. Boa comida não é mais necessária. Nenhum desses castelos, catedrais, pirâmides ou maravilhas do mundo, que os homens cruzam oceanos para conhecer, são mais necessários… estritamente falando. Os seres humanos podem sobreviver em prisões e barracos de papelão, comer mingau de pedra, enquanto executam tarefas repetitivas e sem sentido em silêncio e sem alegria.
- Quando alguém argumentar que a masculinidade não é mais necessária, este alguém quer dizer que a sua masculinidade o incomoda e que é uma ameaça em seu caminho. Então você conscientemente terá 2 caminhos a seguir: limitar o seu potencial másculo para dar alegria e satisfação a este alguém, ou se negar a isto. Caso ceda, você merecerá uma pequena vida de desonra e subserviência.
- A masculinidade deve ser incentivada e treinada com muito esforço. Isso também se aplica a qualquer potencialidade humana como aprender uma língua, tocar um instrumento, resolver equações matemáticas. Ninguém chama de farsante um dançarino, pintor, atleta ou cantor porque levaram anos de prática disciplinada num ambiente apropriado. Para se tornar o que eles são, eles desenvolveram plenamente seu potencial. Não se deve ignorar esses talentos.
- No passado, os homens que governaram o mundo encomendaram grandes obras de arte e estátuas públicas de bronze e mármore de honrados heróis de guerra, como exemplos da virtude masculina. Os guerreiros de hoje são apenas lembrados como vítimas da guerra. Assim são considerados simpáticos por uma sociedade em que a vitimização é a marca da pureza moral e a vitória é moralmente suspeita.
- Regras morais, normas sociais e tabus não são criadas por algum sábio ou por costumes. Elas são as respostas da frenética massa e suas queixas de discriminação, opressão e ofensa.
- Homens adultos, ousados, capazes e viris, frequentemente são aterrorizados por ridículas acusações de parcialidades ou impropriedades elencadas por: estudantes profissionais, vagabundos indignados, lésbicas / gays / transexuais bipolares e histéricos, obesos mórbidos. No espaço de alguns anos, a nobre moral foi trocada pela moralidade vil e ignóbil de grupos desequilibrados e estridentes.
- A maioria das pessoas medianas se permitirá em ser preguiçosa, especialmente se todos em seu redor assim for também. Irá defender seu direito de ser preguiçosa e repelir qualquer oportunidade de melhorar a si mesmo. No mundo como ele é, e não como desejamos, este tipo de gente é considerado normal.
- A feiura é a nova beleza. A fraqueza é a nova força. A sobrevivência emocional é a nova coragem. Mulheres são aplaudidas, não importa o que elas façam, e a masculinidade é denunciada de forma institucional. Adolescentes são tratados como se fossem sobrenaturalmente sábios. Pessoas mais experientes são ignoradas ou descartadas como se fossem lixo. Os heróis da história agora são os vilões e portanto glorificados.

Jack Donovan - Becoming a Barbarian, 2016:
- A masculinidade é trágica. A masculinidade é uma luta, ao longo da vida, contra a natureza de outros homens para demonstrar virilidade e provar a sua dignidade aos olhos de outros homens. A masculinidade é um desafio à honra que só termina com um desafio, onde a única garantia da vitória será a de que, eventualmente, até mesmo o melhor homem poderá perder.
- Há séculos, por questões de religião e honra nacional, os povos europeus deixaram de lado as suas semelhanças e lutaram entre si até a morte. O mesmo tem acontecido com os povos da Ásia, África e América Central.
- Dizer que você se preocupa mais com um grupo de pessoas do que com outro é um pecado moral no mundo moderno. É considerado bárbaro e não civilizado.
- Um menino se tornará um homem forte, competente, confiante em suas habilidades, se superar seus medos. Assim ganhará o respeito e admiração de outros machos.
- Todo menino nasce amaldiçoado, pois será julgado e comparado com os outros meninos. Logo perceberá que o caminho e o destino dos homens será o da concorrência e que uma luta poderá ser manipulada. A virilidade não é um destino, mas algo a ser defendido.
 - Apesar dos subterfúgios e do rolo compressor do Globalismo, Multiculturalismo e da Diversidade, a realidade é que nas próximas gerações qualquer Cultura Viva se dissolverá em um Patrimônio Cultural Inócuo. E quem não concordar será levado como prisioneiro, algo adequado ao ‘Império do Nada’.
- Ninguém respeita um homem que está sempre se desculpando e recuando. Ninguém respeita um homem que está sempre pedindo permissão. Ninguém respeita um homem que não se defende ou que não luta por seus próprios interesses. Ninguém quer torcer por um time que para de jogar para ganhar. A maioria das pessoas concorda que homens que não jogam para ganhar, merecem perder.
- Não há mais inimigos verdadeiros, apenas potenciais mentes e corações aflitos de pessoas pacíficas que estão sendo privadas de direito natural de usufruir: de sua decoração e conforto, do ‘fast food’, da pornografia de alta definição. Não há mais estátuas de heróis, pois os verdadeiros vilões são mais reconhecidos.
- Um velho provérbio grego diz: “Um povo desenvolvido sabe que as pessoas idosas que plantam árvores, talvez nunca se sentarão em suas sombras”. Se você não gosta do que está acontecendo ao seu redor, com a sua cultura, com homens e mulheres… então está na hora de agir.
- Homens de toda parte anseiam pelo colapso desta atual fase da civilização, que como inevitável consequência de sua concepção os desvalorizam e os castram. Fantasias apocalípticas são uma preocupação particular do sexo masculino. É senso comum que mais e mais homens estão se concentrando e se preparando em mudar o mundo, pois o atual não precisa e não quer que eles sejam fortes, corajosos e preparados.
- O homem individualista moderno é egoísta e egocêntrico. Geralmente fala somente daquilo que todos dizem, pois não tem repertório próprio. Opera dentro do conforto de sua alta estima e das normas sociais de seu núcleo. Ele não é confiável, é um parasita, deve ser evitado e desprezado.

Jack Donovan - A Sky Without Eagles, 2014:
- Os Estados burgueses do 1º mundo sem mais fronteiras para explorar, não podendo contar com os modernos homens efeminados, já não podem produzir novas culturas de honra.
- O código básico de honra para homens, a castidade para as mulheres, ainda são identificadas na cultura popular que tanto tem feito para apagar tais dogmas. Se você duvida disto, tente chamar um homem de covarde ou uma mulher de vagabunda.
- Se os homens não devem dizer às mulheres como elas devem se comportar, então que direito tem as mulheres de exigir que os homens devam atender aos seus interesses? Quem são elas para dizer aos homens quais são os conceitos de masculinidade? Por que os homens devem aceitar a sua autoridade? Que diabos as mulheres sabem sobre o significado de ser homem?
- Eu treino pela honra. Eu treino porque em algum lugar no meu DNA há uma memória de um mundo mais feroz, um mundo onde os homens poderiam tornar-se o que são e alcançar o melhor estado de suas naturezas. Eu não treino para impressionar a maioria dos homens modernos. Eu treino o suficiente e bastante para ser digno de meus antepassados bárbaros, e também para ser digno da companhia dos homens que compartilham isto. Eu treino porque imagino o desgosto e o desprezo que nossos antepassados teriam caso nos vissem se alinhando com os homens modernos das ruas. Eu treino para ter um embaraço a menos em minha memória e vida. Eu treino porque a maioria dos modernos homens desonra todos os outros que vieram antes deles. Eu treino como se nossos homens do passado estivessem nos assistindo e nos julgando. Eu treino porque é melhor imaginar-me como um soldado em treinamento, num exército espiritual de uma guerra que pode nunca vir, do que ser negligente e dar de ombros para um futuro distópico.
- Antes de nossa ‘Era da Presunção’, o mundo inteiro se mantinha vivo de outra maneira. A tarefa do homem era desafiar e dominar o mundo, ousar e lutar contra sua fúria indomável.


Becoming A Barbarian - A Sky Without Eagles - A More Complete Beast

sábado, 1 de agosto de 2020

Nem todo homem gosta de 'brincar de casinha' e nem é adepto do 'crescei e multiplicai'


Anatoly Treskin (1905-1986) - Bathing the Horses, 1940

Homens infelizes são maioria no Brasil. Desgostosos e abreviando suas vidas, eles descontam as mágoas de suas patéticas vidas no exagero da comida e da bebida. É comum tornarem-se violentos e desequilibrados, descontando covardemente sua raiva em mulheres / crianças / adolescentes indefesos.
Homens a partir da fase adulta, caso não tenham ainda se 'encaminhado na vida' conforme os padrões impostos pelo mundo laico e religioso brasileiro, são cercados pelos amigos / colegas / família para que namorem / noivem / casem / procriem. Coitados dos caras que infringirem tais normas: além de serem tachados de “gays”, dificilmente se desenvolverão em suas profissões e raramente serão aceitos em seu meio social / profissional. Em pleno século 21, grande parte de empresas brasileiras (públicas ou privadas) não confia muito em homens que não possuam famílias constituídas e estruturadas. Talvez, casados com filhos, seja mais fácil domá-los já que em princípio são provedores de seus núcleos domésticos e dependentes vitais dos seus empregos.
Muitos homens, sem escolhas, acabam destruindo suas vidas já que o “mainstream” não entende algo básico:

“Nem todo homem é adepto do 'crescei e multiplicai', assim como nem todo homem gosta d 'brincar de casinha'.”
“Alguns homens gostam de viver somente com homens, e outros gostam de viver entre homens.”

Não é nada fácil romper esta norma imposta. Mas vale a pena seguir seus instintos e os caminhos reais de sua vida com saúde e equilíbrio!

1912 - Die Jugend (1896-1940) - revista de arte da vanguarda alemã

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Frases para Homens Libertários


Emile Dupuis  (1877-1956)

“Os espartanos não perguntam quantos são os inimigos, mas onde eles estão.” 
Plutarco, provérbios dos espartanos.

"A monarquia degenera em tirania, a aristocracia em oligarquia, a democracia em anarquia e esta causa a volta da monarquia."
"Um homem que deseja ser bom, sempre bom, se perderá em meio a tantos homens que não o são."
Nicolau Maquiavel (Florença, 1469-1527).

“O sábio deve afastar-de dos desejos impetuosos, cheios de violência e angústia; evitar as paixões eróticas ou políticas, que serão fontes de dor.”
Epicuro (Samos, 341 aC - Atenas, 271 aC).

“É preferível fazer uma algo maçante com estilo, do que fazer algo perigoso sem ele. Fazer algo perigoso com estilo é o que eu chamo de arte.”
Charles Bukowski (1920-94).

"Um homem que vive plenamente está preparado para morre em qualquer idade".
Mark Twin (1835-1910).

"Quanto menos alguém entende, mais quer discordar."
Galileu Galilei (1564-1642).

"Não gosto da direita porque ela é de direita, e não gosto da esquerda porque ela é de direita."
Millôr Fernandes (1923-2012).

“O patriota se orgulha de seu país pelo que faz. O nacionalista se orgulha de seu país, não importa o que faça. A primeira atitude cria um sentimento de responsabilidade, mas a segunda cria um sentimento de arrogância cega que leva à guerra.”
Sydney J. Harris (1917-1986).

"As formas de guerra mudaram. Há uma guerra em curso e estamos enfiados nela até o pescoço, como quando eu era criança e vivia meus dias sob bombardeios."
Umberto Eco (1932-2016) - jornal O Estado de São Paulo (2015).

“Idade Média, ano de 1204: Não é necessário ter estado num lugar para saber tudo a seu respeito, senão os marinheiros seriam mais sábios que os teólogos.”
Umberto Eco (1932-2016) - livro Baudolino (2001).

“Tenho a teoria de que devemos perseguir o ‘politicamente saudável’, que tenha humor e irreverência, sem grosserias. O ‘politicamente incorreto’ de antes podia ser engraçado, mas soava preconceituoso e mal-educado. O ‘politicamente correto’ é normalmente bem-educado, mas quase sempre chato.”
Washington Olivetto (publicitário brasileiro) - revista Veja (2018).

“Gayismo + Juvenilismo + Hiperconsumismo = Enfraquecimento do homem que faz sexo com homem.
Sequelas = Efeminização + Androgenia + Chiliques + Dependência de Drogas.”
Fraterno Viril  - fraternoviril.blogspot.com